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O brincar é o cenário, a forma, a linguagem natural da criança. Por meio da brincadeira a criança experimenta, interpreta e participa dos espaços sociais. Quando a criança brinca, ela está inteira na ação, e vive o real por meio da fantasia. Ela busca a sua interpretação do mundo e das relações sociais. Ao brincar, ela lida com os mais diversos sentimentos humanos, enfrenta seus medos e vive situações alegres, entra e sai de diferentes papéis e assim se desenvolve. Brincando ela se constitui, percebe-se como única por meio do reconhecimento do outro.

Acreditamos que favorecer e planejar espaços de maneira criativa para as crianças que não têm, nessa época do ano, período de férias, é fundamental e de extrema importância, o descanso físico e psicológico para os pequenos. É essencial que as crianças compreendam, por meio das experiências no âmbito escolar, que uma etapa termina e que haverá um período de descanso da rotina escolar, com um tempo diferenciado e brincadeiras diferenciadas, para retomar uma etapa seguinte.

Por vezes, a rotina e o ritmo escolar das crianças  se torna cansativo, dependendo do número de horas que os pequenos ficam nos espaços coletivos! Portanto, o descanso, um novo ritmo e novas brincadeiras se fazem necessário, principalmente no espaço escolar.

Podemos aproveitar esta ocasião para fazer atividades que, no dia a dia, em alguns ambientes ainda não são possíveis, como brincadeiras diferenciadas em ambientes inusitados, pic nic, passeios  e brincadeiras ao ar livre.

Para essa etapa do ano, as atividades pedagógicas, por exemplo, só são indicadas se forem feitas de maneira lúdica, preferencialmente que causem estranhamento às crianças, brincadeiras que nunca foram feitas, são bem-vindas! Espaços que nunca foram explorados serão muito apreciados, pois os pequenos gostam mesmo são das novidades!

Uma boa dica para as educadoras é que conversem com as suas crianças e perguntem o que elas gostariam de fazer, assim, além de darmos espaço para que elas falem, participem, construímos uma prática que infelizmente, ainda exercitamos pouco. E venhamos e convenhamos, as brincadeiras quando partem das crianças funcionam muito mais do que quando planejadas somente pelos adultos, não é mesmo?

Acreditamos que a instituição escolar deve preservar o espaço da brincadeira, tão importante para o desenvolvimento social e cognitivo das crianças!

Por isso, durante o período de férias, no qual algumas de nossas crianças frequentam as nossas escolas, planejamos para que tenham momentos muito especiais, com um olhar muito atento de toda equipe.

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O International Play Association elaborou um documento no qual demonstra a necessidade de valorização, pelos adultos, das situações de brincadeiras espontâneas e de recreação pelas crianças. Por essa concepção, valoriza-se também, que a criança brinque ao ar livre e explore a natureza! Sugerimos potencializar situações em áreas ao ar livre nas escolas, em parques infantis, áreas verdes com condições seguras para receber grupos de crianças pequenas.

Segundo o documento:

Brincar é uma parte integrante da experiência cotidiana das crianças, desde os primeiros dias de vida até a adolescência e na idade adulta. Para os fins deste texto consideramos  a definição de brincar contida no Comentário Geral No. 17 sobre o direito da criança ao descanso, lazer, brincar, atividades recreativas, vida cultural e das artes (artigo 31).

Brincar: O brincar das crianças é um comportamento, atividade ou processo iniciado, controlado e estruturado pelas próprias crianças; ele ocorre quando e onde quer que as oportunidades existam. Pais, educadores e agentes podem contribuir para a criação de ambientes em que o brincar aconteça, mas brincar em si é não obrigatório, mas impulsionado pela motivação intrínseca e um fim em si mesmo, mais do que um meio, para um fim a ser atingido. Brincar envolve o exercício da autonomia na atividade física, mental ou emocional e tem o potencial para tomar infinitas formas, tanto em grupos quanto por si só. Estas formas irão mudar e se adaptar ao longo da infância. As características-chave do brincar são: diversão, incerteza, desafio, flexibilidade e não produtividade (Comissão dos Direitos da Criança, 2013: 6).

Diante dessa importância do brincar, naturalmente, daremos aqui algumas dicas de brincadeiras ao ar livre!

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É possível, com crianças maiores, realizar inúmeras oficinas de brinquedos e brincadeiras para serem feitos ao ar livre! Pipas; bumerangues; vai e vem; ping pong de bexiga; pula corda e demais brincadeiras tradicionais de rua!

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Faça circuitos de pinturas! Improvise painéis; use as árvores; muros e pisos ao ar livre para que os pequenos possam exercitar as suas expressividades, que com certeza, ao ar livre serão aguçadas!

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Uma boa ideia para que as crianças possam desenhar, ao ar livre, é a caixa sensorial. A da foto é de areia, pode ser substituída por farinha ou açúcar; e a finalidade pode ser mudada de acordo com as características de cada grupo. Ao invés de se desenha, é possível fazer um circuito para que eles sintam com os pés as diferentes texturas. E por aí vai…

Assumir essa postura, de incentivar as experiências dos pequenos em ambientes naturais, requer planejamento, acompanhamento e olhar atento aos pequenos. A diversão e a exploração ficam por conta deles, e eles dão conta disso!

Por: Flávia Gusmão e Sheilla André
Centro de Formação UNIEPRE

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