Com a unidade UNIEPRE Cantareira funcionando há pouco mais de dois meses, a vivência com processos de acolhimento com as crianças, com as famílias e com os profissionais, tornou-se algo constante no nosso espaço educativo, bem como a constatação de que são fundamentais para o êxito desse processo, o cuidado, a sensibilidade e o planejamento no acolher àquele que chega.
Na UNIEPRE não definimos um tempo para a adaptação, pois cada criança tem seu ritmo e sua forma de trabalhar as perdas e os ganhos da separação com a família e a inserção em um novo espaço, assim como, cada família tem seu tempo para lidar com as emoções e sentimentos inerentes a esse processo. A família é extremamente bem-vinda dentro da escola, principalmente porque os bebês e as crianças um pouco maiores se sentem seguros e confiantes.
No processo de adaptação, as crianças só estão bem se as famílias se sentirem tranquilas e seguras, e as famílias só ficarão tranquilas e seguras, quando perceberem que as crianças estão estabelecendo bons vínculos afetivos com as professoras. Mas, e as professoras?
Não é possível pensar nesse assunto sem considerar essa “peça” importante do processo, o professor, que também precisa ser acolhido, ouvido e amparado.
Dessa forma, o acolhimento é um momento em que devem ser levados em consideração os sentimentos e pensamentos: da família, da criança e do educador, pois se trata de um período de muita importância para todos os envolvidos.
Para entender melhor esse tripé e os sentimento envolvidos, elaboramos tabelas para facilitar a visualização, tendo como base o livro Adaptação pais, educadores e crianças enfrentando mudanças, do Espaço Pedagógico.
SENTIMENTOS E QUESTIONAMENTOS NO PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
PAIS
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CRIANÇAS
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EDUCADORES
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Sentimento de ansiedade e angústia;
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“Vão tratar bem o meu filho?”
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Sentimento de disputa de afeto;
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Tem dificuldade em ver o filho sofrer qualquer tipo de falta;
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Insegurança, solidão, felicidade, confiança, culpa.
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Faz vínculo seguindo essas etapas: 1o com o educador, 2o com o espaço físico, 3o com a rotina; 4o com os colegas e 5o com os conteúdos;
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Chora;
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A energia fica voltada para a separação, dividindo-se entre deslumbramento perante o novo e o medo provocado por ele.
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Ansiedade e angústia;
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Deseja que a adaptação acabe logo;
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Sente a mãe desconfiada;
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Medo e insegurança.
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AÇÕES IMPORTANTES PARA O PERÍODO DE ADAPTAÇÃO
PAIS
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Conhecer os profissionais;
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Estar presente;
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Confiar na escola e aceitar as regras;
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Participar de alguns momentos da rotina junto com o filho;
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Durante a permanência na sala, não pegar objetos pela criança, mas orientar seus filhos a solicitar para a educadora o que deseja.
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ESCOLA
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Informar a família do cardápio, da rotina, dos avanços na conquista do vínculo;
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Ser responsável pela introdução da criança (que não sabe interagir e brincar) na vida social e cultural;
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Organizar um espaço acolhedor para as famílias;
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Preparar um cardápio atrativo para as crianças;
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Conquistar os pais, estar disponível para escutar e explicar;
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Planejar uma rotina de permanência gradativa da criança na escola;
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Acompanhar os pais no tempo em que estiverem na escola;
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Dar dicas às famílias de como agir ou o que falar na despedida de seus filhos;
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Solicitar a saída da mãe para ver como a criança reage sem ela;
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Apresentar a proposta de trabalho e projetos do ano para as famílias.
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EDUCADORES
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Reconhecer os sentimentos da família como importantes e esperados;
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Buscar informações com os pais sobre o jeito, gosto e brincadeiras preferidas das crianças;
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Interpretar e compreender o choro, sempre o considerando como forma de comunicação;
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Conhecer a criança que está chegando, lendo seu prontuário e buscando informações;
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Conhecer as características do desenvolvimento infantil, para melhor compreender as ações das crianças;
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Introduzir os espaços físicos e a integração entre as crianças;
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Manter com as crianças os objetos pessoais (paninho, chupeta, boneca…);
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Escolher o melhor momento para encerrar o dia da criança, falando com entusiasmo sobre o dia posterior;
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Levar a criança pessoalmente até a mãe, estabelecendo confiança e cumplicidade com o estudante;
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Planejar muitas atividades atraentes e gostosas;
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Planejar atividades onde as crianças possam levar coisas da escola para casa;
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Apresentar a sala e os objetos para as crianças e pais;
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Achar o equilíbrio para não ser evasiva nem distante. Agradar sem assustar a criança;
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Oferecer a mão e o colo sempre que necessário;
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Centralizar a atenção da criança nela, buscando o seu olhar e se colocando sempre à disposição.
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Estamos compartilhando com vocês, através do blog, cenas que narram crianças que começaram o processo bastante receosas e que, em tão pouco tempo, já demonstraram tranquilidade, confiança e motivação para o brincar. Também será possível observar que, além dos bastidores (acompanhamento cuidadoso dos sentimentos e emoções), a organização do espaço, dos materiais e do tempo na escola é parte indispensável para o bom acolhimento.
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Por Patricia Bignardi
Coordenadora Pedagógica Uniepre