Qual é o espaço da arte e do desenho na escola?
Há possibilidades para diferentes maneiras de pensar sobre a arte e o desenho na escola?
Qual é o motivo que nos impulsiona a fazer arte, a desenhar?

O conhecimento da arte abre perspectiva para que a criança tenha uma compreensão de mundo “mais” poética, onde criar e conhecer são práticas indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para o fazer com prazer. A Arte não pode ser avaliada como certa ou errada, como bonita ou feia. A arte precisa acontecer. Cada um a seu modo, cada um com seu estilo, cada um a seu tempo.

Entendemos que é função da escola instrumentar os alunos na compreensão sobre a função social da escrita. Agora, pergunto: Por que não sobre a função social da arte?

Faz parte da nossa cultura priorizar o registro da escrita e não o do desenho. Cabe à escola evitar o rompimento do processo de criação das crianças. Cada momento de investigação precisa ser relevante e valorizado.

É importante que a criança compreenda o sentido de fazer arte, e que a arte não seja vista apenas como atividade para passar o tempo ou distraír.

O feio ou o belo, o prazer ou o desprazer, sozinho ou junto,  a arte nada mais é do que a junção de infinitas sensações, emoções e possibilidades de aprendizados. Aprendizados que não estão diretamente ligados a conteúdos e objetivos, mas sim aos sentidos, ao imaginário e as mais variadas sensações.

Entendendo que os bebês apreendem principalmente pelos sentidos, planejamos e cuidamos para que a ARTE seja presente e frequente na escola.

A constância das propostas, aliada à diversidade de materiais contribui com o percurso criador da criança.

“Embora a realidade no que diz respeito ao ensino da arte tenha avançado na Educação Infantil, ainda é comum propostas de trabalho que desconsideram a criação e apreciação. Prova disso é a quantidade de desenhos prontos para colorir, cujo resultado é praticamente idêntico e de autoria comprometida”.

(Adriana Klisys – 2010)

Apresentar à criança os materiais (papéis, riscadores, tintas, massas) e esperar para que ela se torne íntima, entendendo a função de cada um deles, é o desafio da turma do Berçário 1 – Transição. O que para o adulto parece óbvio, para a criança, ainda tão pequena, é objeto de pesquisa e estudo.

O caminho que o riscador percorre até chegar ao papel é longo e incerto. Mas, quando este encontro acontece e a criança percebe que deixou suas marcas… Ah! É impossível descrever os sentimentos, a satisfação e a emoção que demonstra pela conquista.

Contudo, manipular instrumentos e materiais é o primeiro passo da criança  para a sua familiarização, e assim para a sua expressão e comunicação, através das próprias marcas.

O resultado final é consequência da intimidade da criança com o material e com a arte. É uma maneira de brincar e estar no mundo. É uma maneira de se comunicar.

 

“Desenhar é ver, é trazer ao visível. O desenho é uma forma de pensar, de narrar, de planejar, de projetar, de invertar, de criar”.  

(Artista – Flávia Ribeiro)

Por Luana Gonçalves
Gerente PDG
CDI Uniepre Cummins

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