Desejo em descobrir as coisas do mundo“Por que a lua não cai sobre a Terra?

Algumas pessoas passam a vida inteira olhando a lua no céu sem indagar porque ali se fixa, eternamente, sem cair. Pensarão, por certo, que perguntas como essas não são coisas de pessoas sensatas, que se a lua ali está é porque ali é seu lugar e pronto.

Só as pessoas que cometem a incorreção de se opor ao senso comum podem formular tão estranhas questões e buscar inóspitas respostas. Pessoas assim, que ousam a se opor à rotina, são como Newton, que arriscou adivinhar a identidade entre a lua suspensa no firmamento e a maçã que, soprada pela brisa, caiu aos seus pés, percebendo assim, que a mesma força que sustenta a lua faz a maçã cair.

Não se angustiar com a própria ignorância e com a enclausurada limitação dos saberes vigentes é morrer sem viver.
(Texto adaptado do autor Celso Antunes no livro “A alfabetização moral em sala de aula e em casa, do nascimento aos 12 anos”).

A educação precisa favorecer desafios às crianças e oportunidades de expressarem seus conhecimentos a respeito das coisas do mundo. Ao se depararem com a falta do conhecimento, devem sentir a necessidade de adquirir saberes até então não existentes para ela. Esta é a função da ignorância, segundo Sara Pain ela serve como “mola propulsora” para um dos maiores prazeres do ser humano: o de construir conhecimento, para compreender e transformar a realidade em que vive.

Desejo em descobrir as coisas do mundo

A criança traz de forma natural o questionamento sobre o que a rodeia e o educador que favorece espaço para isso é formidável. Tenho registros de algumas falas infantis que retratam esta busca por explicações:

– “Um planeta bate no outro”.

– “O foguete bate no teto do céu?”

– “Qual é o último número?”

– “Por que aqui não tem neve?”

– “Por que a lagartixa sobe na parede e não cai?”

A ignorância traz o desejo pelo saber, por isso, não é algo que deva ficar restrito às crianças, o adulto também deve e pode exercitar a inquietação frente a ausência de um conhecimento, alcançando sua autonomia intelectual.

Desejo em descobrir as coisas do mundo

Por Patrícia Bignardi
Coordenadora do Núcleo Pedagógico Uniepre

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