Consideramos o banho uma atividade importante do ponto de vista da relação da criança com o adulto. Dessa maneira, a criança recebe atenção individualizada é respeitada em seu tempo e intimidade. O educador e a criança trocam olhares, conversam e desfrutam de momentos únicos, estabelecem uma relação de cumplicidade que dificilmente será modificada durante o período em que conviverem.

O banho é realizado diariamente em todas as crianças, até ser finalizado o processo de desfralde, que ocorre em torno dos 30 meses. Acreditamos que o cuidar e o educar na primeira infância são indissociáveis, o banho se torna um momento muito especial, por meio dele, a criança tem experiências de cuidado corporal e, de acordo com a sua etapa do desenvolvimento, conquista, paulatinamente, a autonomia. Por meio dessas vivências, adquire a consciência corporal que tem função importante para a construção de sua imagem e autoestima.

Para realização do banho, as educadoras, orientadas pela equipe de saúde,  organizam  3 etapas de  procedimentos:

  • Primeira Etapa (sem a criança): o educador se aproxima do bebê e o informa que está saindo para preparar o seu banho. Ele se direciona à área de troca e inicia o procedimento de higienização do trocador e cuba; separa o kit individual de higiene, posicionando todos os materiais próximos ao local a ser utilizado. Essa ação facilita o procedimento, proporciona conforto ao bebê e evita acidentes.
  • A segunda etapa (com a criança): O educador retorna à sala e comunica ao bebê que está tudo pronto. Observamos através de gestos de satisfação que o bebê compreendeu e está disponível. É nesse momento que ocorre o banho, no qual a criança e o educador trocam olhares, experiências e conversam. O educador explica a intenção de cada ação que a ser realizada, valoriza e respeita a autonomia e a independência da criança. Após o banho, o educador deve enxugá-la, vesti-la sempre pede ajuda na escolha de uma peça ou outra, tendo o cuidado na adequação ao clima. Ao terminar de vestir o bebê, a educadora carinhosamente o acolhe em seus braços, encaminhando-o para outra educadora inseri-lo no grupo.
  • A terceira etapa (sem a criança): o educador retorna ao Banho e troca para reorganizá-lo e lavar as mãos com água e sabão.

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Na Uniepre, esse ritual tem como objetivo fortalecer o vínculo do apego seguro, que conforme Maranhão (2010, p. 11):

“As crianças sentem-se cuidadas, ou seja, acolhidas, amparadas, reconhecidas em suas inquietações, necessidades e desejos pela forma como os professores organizam o ambiente e interagem com elas, durante todos os momentos em que realizam cuidados elementares, mais essenciais ao conforto, à proteção, à nutrição, ao crescimento e ao desenvolvimento integral e saudável das crianças."

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Por: Danielle Schreiber Chocho
Enfermeira
Unidade Zoetis
Fotos: Juliana Meneses

 

Referências:

Manual de Saúde Uniepre; Livro Base; Eixo da Saúde, 3ª Versão; 2014

GONZALEZ, Mena-Janet. O cuidado com bebês e crianças pequenas na creche: um currículo de educação e cuidados baseados em relações qualificadas- 9. Ed. Porto Alegre: AMGH,2014

MARANHÃO, D. G. Saúde e bem-estar das crianças: uma meta para educadores infantis em parceria com familiares e profissionais de saúde. Anais do I Seminário Nacional: Currículo em Movimento – Perspectivas Atuais. 2010

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